Vereadora Erika Hilton registra BO por ameaça e relata perseguição na Câmara de São Paulo
A vereadora por São Paulo Erika Hilton (PSOL) registrou um BO (boletim de ocorrência) por ameaça após ser perseguida por um homem nas dependências da Câmara Municipal de São Paulo.
A parlamentar de 27 anos foi a mulher mais votada para integrar a Câmara de São Paulo, 6ª na lista geral, com 50.508 votos. Ela é a primeira mulher trans a se eleger vereadora na capital paulista.
O registro na Polícia Civil foi feito na quarta-feira (27) e relata que um homem, que se identificou como “garçom reaça”, entrou no gabinete dela e insistiu para falar com a vereadora, na tarde de terça (26).
O homem, segundo o BO, portava uma bandeira usava máscara com símbolos religiosos e teria dito aos assessores de Erika que ele era uma das pessoas alvo de um processo aberto pela vereadora.
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Em janeiro, a parlamentar ingressou com uma ação na Justiça contra 50 pessoas suspeitas de realizarem ataques e ameaças transfóbicas e racistas contra ela na internet.
Antes de deixar o gabinete na Câmara, o homem entregou uma carta e pediu que fosse levada até Erika. No documento, ele relata que acompanha o trabalho da parlamentar desde foi deputada estadual na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
O homem também revelou na carta que era garçom do restaurante do Círculo Militar.
Após o ocorrido, a vereadora pediu proteção da GCM (Guarda Civil Metropolitana), e passou a andar acompanhada de um segurança particular.
Erika é a única trans eleita em 2020, mas há outras duas mulheres que não são cisgênero, ambas são parte de candidaturas coletivas: Carolina Iara, co-vereadora na Bancada Feminista (PSOL) e Samara Santana, co-vereadora no Quilombo Periférico (PSOL).