Um dia após Lula pedir vacinas a Biden, Planalto divulga carta enviada por presidente dos EUA a Bolsonaro
Carta é uma resposta de Biden a mensagem de apoio de Bolsonaro
Presidente dos EUA se disse pronto para "estreita colaboração" com o Brasil
Lula pediu vacinas a Biden e disse não confiar no governo de Bolsonaro
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência revelou nesta quinta-feira uma carta enviada pelo presidente norte-americano Joe Biden a Jair Bolsonaro (sem partido). A divulgação acontece um dia depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedir publicamente aos Estados Unidos o repasse de vacinas contra a Covid-19.
Segundo a Secom, a carta é do dia 26 de fevereiro, pouco mais de um mês depois de Biden tomar posse em Washington. Nela, o presidente norte-americano agradece a mensagem de apoio enviada por Bolsonaro após sua eleição e se diz pronto para uma “estreita colaboração” com o Brasil “neste novo capítulo da relação bilateral”.
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A Secom divulgou apenas trechos da mensagem e garantiu que o texto selou a união entre os dois países. "O presidente Biden saudou a oportunidade para que ambos os países unam esforços, tanto em nível bilateral quanto em fóruns multilaterais, no enfrentamento aos desafios da pandemia."
Na carta, o presidente norte-americano ainda lembrou das visitas feitas ao Brasil quando era vice-presidente de Barack Obama e planejou para 22 de abril, o Dia da Terra, uma cúpula para tratar de questões do meio ambiente.
Lula enviou mensagem a Biden um dia antes
A revelação da carta pela Secom veio apenas um dia após a divulgação de trechos da entrevista de Lula à CNN dos Estados Unidos. Nela, o brasileiro pediu que Biden convoque uma reunião do G-20 para discutir a possibilidade de distribuição de vacina a países que precisam do imunizante, como o Brasil.
"Eu sei que os EUA têm estoque de vacinas e que não vão usar todas. Talvez essas doses de vacina possam ser doadas ao Brasil ou países mais pobres que não podem pagar por ela", disse Lula.
O petista elogiou o norte-americano, chamou-o de “sopro de democracia no mundo” e explicou por que fez o pedido diretamente a ele, e não a Bolsonaro. "Eu peço ao presidente Biden para fazer isso, porque eu não confio no meu governo."