Acidente na BR-116: Parentes relatam sonho de vítimas de serem jogadores de futebol
Uma das vítimas do acidente de ônibus que matou quatro jovens do time carioca Vila Maria Helena, é Thyago Ramos de Oliveira Dias, de 15 anos, morador de Duque de Caxias. A irmã mais velha por parte de pai, Kamila Melo, de 20, recebeu a notícia da morte de Thyago por telefone, quando estava no trabalho. Ela mora em Recife, Pernambuco, e há três anos não via o irmão. A tragédia aconteceu na cidade de Além Paraíba, na Zona da Mata mineira, que faz divisa com o estado do Rio.
— Está muito complicado, estamos todos sem chão, tirando forças de Deus. Ele era um menino de ouro, super educado, todos gostavam dele. Eu e ele tínhamos uma conexão além dessa vida, era meu único irmão. Para sempre será meu menino — lamenta Kamila.
Os atletas voltavam de um campeonato disputado em Ubaporanga, no Vale do Rio Doce. O ônibus levava a equipe do Esporte Clube Vila Maria Helena de volta para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, quando caiu de uma ponte na BR-116. Quatro pessoas morreram: Kailon da Silva Paixão, 13 anos, morador de Magé; Andrey Viana da Costa Silva, 15 anos, morador de Duque de Caxias; Diogo Coutinho Chao Villar, 18 anos, Duque de Caxias; Thyago Ramos de Oliveira Dias, 15 anos, Duque de Caxias, de acordo com o site G1.
Segundo Kamila, essa era a primeira viagem do irmão como jogador.
— O futebol era a paixão dele. Foi a primeira viagem dele para fora, ele estava muito feliz. Nós falamos antes de ele viajar, conversamos sobre a vinda dele para Recife, porque fazia quase três anos que a gente não se via. A gente era muito amigo — conta a irmã — Quero que ele seja lembrado com aquele sorriso lindo que encantava a todos. A simplicidade e alegria dele nos faziam muito bem mesmo nos dias ruins — diz Kamila.
A dona de casa Mariana Viana de Aguiar da Costa, de 38 anos, foi até Juiz de Fora para esperar a liberação do corpo de seu filho Andrey no Instituto Médico Legal (IML) da cidade.
— O grande sonho dele era ser jogador de futebol, desde pequeno treinava em ongs e clubes. Jogava como lateral direito e volante, era um bom jogador, tinha talento. Agora, o que fica são os bons momentos, os sorrisos, as lembranças dos jogos. Sempre que podia eu ia assistir, incentivar. Era um garoto muito alegre, cheio de energia — disse Mariana.