Em 2023 o São Paulo realizou mais uma reformulação em seu elenco, promovendo a saída de 13 jogadores e a chegada de 9 novos atletas, além do retorno dos emprestados Nathan e Orejuela. Com o fim da primeira fase do Paulistão, o Tricolor de Rogério Ceni mostrou novas alternativas táticas e alguns pontos diferentes a 2022, mas ainda precisa de mais.

A equipe do Morumbi terminou a fase de grupos do Paulistão de 2023 com o melhor ataque, melhor saldo de gols e a 3ª melhor defesa. Campanha consistente pelos números, com 7 vitórias, 2 empates e 3 derrotas. Dentro do gramado, é possível enxergar um time com novos aspectos adotados neste ano, por exemplo a utilização do 4-2-3-1 como sistema base, ao invés do 4-1-3-2 ou os três zagueiros, esquemas usados em 2022.

Essa mudança na formação acontece, principalmente, pela chegada de jogadores com outro tipo de característica, mais alinhados ao estilo de Rogério Ceni. Começando pelas pontas, Deivid, Pedrinho (agora afastado por conta de uma acusação de violência doméstica) e Wellington Rato trouxeram velocidade e drible ao ataque tricolor, atributos que não se via nos 11 iniciais de 2022 - com exceção de Patrick.

Falando especificamente do reforço vindo do Atlético Goianiense, Rato, além das finalizações de fora da área e um forte poder de 1 contra 1, acrescentou ao São Paulo de Ceni a bola parada como uma arma poderosa. Ele já distribuiu 3 assistências, vindas de escanteios ou faltas cobradas. A torcida são-paulina criticava muito as jogadas ensaiadas do time no ano anterior.

Outro acréscimo individual foi o de Giuliano Galoppo, vindo a peso de ouro no ano passado, que deslanchou em marcar gols em 2023. São 8 bolas na redes, artilheiro da primeira fase do Paulista ao lado de Roger Guedes. Para se enfiar no meio dos titulares, o argentino teve que sair do banco para dar a vitória contra a Ferroviária com o primeiro tento nessa temporada e também ter que contar com lesões dos estrangeiros e os atacantes do time.

Problema antigo, as lesões são o grande empecilho do São Paulo de 2023. Apesar da “Divisão de Excelência Médica", inaugurada pela gestão do presidente tricolor Julio Casares em setembro de 2021, o time de Ceni teve mais de 14 desfalques por problemas físicos ao longo desses primeiros 12 jogos.

Dentro dos gramados, foram vistos obstáculos anteriores do São Paulo de Rogério Ceni se repetirem. Um dos principais é uma dificuldade de abrir defesas bem fechadas, como no empate sem gols com o Ituano na abertura do campeonato e nas derrotas para São Bernardo e Corinthians - apesar do gol marcado pelo Luciano no Majestoso. Os tropeços no Morumbi resultaram em vaias vindas das arquibancadas, muitas vezes antes do apito final e direcionada para os jogadores Rodrigo Nestor e Luis Orejuela em partidas pontuais.

A dificuldade de conquistar triunfos em jogos mais competitivos também chama atenção do torcedor. Nos duelos contra os times de Série A, a única vitória aconteceu contra o Santos, time fora do mata-mata da competição. Além do Corinthians, também perdeu para o Red Bull Bragantino por 2 x 1 de virada e teve uma atuação pouco inspirada contra o Palmeiras no empate sem gols no Allianz Parque.

O revés para o São Bernardo, time surpresa do Paulista, na penúltima rodada da fase de grupos trouxe novamente à torcida a sensação de competir melhor nas partidas contra equipes mais arrumadas.

O 2023 do São Paulo não é espetacular dentro dos gramados e é nítido que a equipe precisa evoluir nos aspectos físicos e por vezes táticos, além de vencer os enfrentamentos mais difíceis. Mas ainda é longe de ser o horror levantado por alguns setores da torcida são-paulina, principalmente nas redes sociais. A palavra da vez segue sendo calma, principalmente por uma nova reformulação no elenco, apesar da paciência dos torcedores ter se esgotado nos últimos sofridos anos.