Proposta de patrocínio bilionário ao Palmeiras é representado por ex-detento pivô de queda de ministra
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A proposta bilionária de patrocínio ao Palmeiras, apresentada pela oposição durante a disputa presidencial, vencida por Mauricio Galiotte, tem como intermediário Rubnei Quicoli, empresário que amargou alguns meses preso e ganhou fama nacional como pivô do escândalo que culminou, em 2010, na queda da ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
A proposta, conforme fora prometido durante a campanha eleitoral, mesmo com a derrota da chapa de oposição na disputa presidencial, foi encaminhada para a apreciação de Galiotte.
Como diretor-financeiro Blackstar International Limited, empresa ainda sem sede no Brasil, Quicoli apresentou ao clube, por meio da oposição, proposta de patrocínio com duração de dez anos, cujo valor total chegaria a R$ 1 bilhão. Por ano, o clube receberia US$ 25 milhões (valor que, convertido na cotação atual do dólar, se aproximaria dos R$ 100 milhões/ano).
A proposta de patrocínio da Blackstar ao Palmeiras ganhou contorno político pois seu valor foi usada pela oposição na campanha eleitoral do clube como argumento para mostrar que o clube teria outras opções de patrocínio além da Crefisa, cuja dona, Leila Pereira, é aliada política de Galiotte.
A Blackstar é uma empresa com sede em Hong Kong, cuja atuação é focada no setor de energia e bioenergia. A ideia de patrocinar o atual campeão brasileiro Palmeiras surgiu da necessidade de tornar a marca conhecida, pois tem o interesse de entrar no Brasil.
Quicoli ganhou notoriedade nacional ao denunciar um suposto esquema de corrupção que respingou na então ministra da Casa Civil Erenice Guerra. Segundo a denúncia, Israel Guerra, filho de Erenice, fazia lobby para viabilizar negócios com o governo. Erenice perdeu o cargo como consequência do escândalo. Em 2012, a Justiça Federal arquivou o inquérito.
À época da denúncia, a credibilidade de Quicoli foi questionada, já que, com condenações na Justiça, o consultor de empresas havia passado alguns meses atrás das grades. Pesavam sobre ele, especialmente, acusações de estelionato e de receptação.
Outro lado
Segundo Genaro Marino, candidato à presidência da oposição palmeirense, eles foram informados sobre a participação de Quicoli no episódio da queda de Erenice, mas se disse surpreso quando o blog o informou sobre os problemas enfrentados por Quicoli na Justiça.
“Ao analisar a proposta, nos concentramos em analisar a capacidade financeira da empresa e se a origem do dinheiro era lícita, por meio de atestados do HSBC e Banco Central”, explica Marino. “Iríamos, em um segundo momento, checar antecedentes, mas isso depende do andamento ou não do negócio, pois repassamos para o Mauricio [Galiotte].”
Quicoli questionou o teor da reportagem ao argumentar para o blog que sua vida pessoal, apesar da notoriedade que ganhou, nada tem a ver com a empresa que representa.
“Tudo o que aconteceu [problemas legais] é passado, aconteceram armações, às quais todo cidadão comum está passível; há muitos políticos, juízes presos hoje, eu sou apenas um cidadão comum, que já pagou até mais do que devia”, justifica Quicoli. “Tem que ver o lado bom: Fui solto e, por meio de uma empresa, consegui ajudar presos.”
“O que importa é o que estou fazendo agora, estou trazendo uma empresa disposta a investir R$ 1 bilhão em dez anos no Palmeiras, o clube para qual eu torço”, prosseguiu Quicoli.
“Não pense no passado, mas no bem que pode ser feito daqui por diante: Se a empresa, da qual sou apenas um funcionário, quer investir R$ 1 bilhão só em marketing, imagine o que significará para a economia como um todo? Além disso, não estou tentando pegar dinheiro público, via BNDES, por exemplo”, complementou.
“Não quis derrubar a ministra [Erenice], só denunciei algo errado que estavam fazendo comigo, estava apenas me defendendo, a mídia é que se aproveitou [e a ministra caiu]”, concluiu Quicoli. “De toda a forma, acho que a corrupção, o errado, tem que ser combatido.”
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