Por que Pelé nunca jogou em um clube europeu?
Convites foram feitos o auge de sua carreira no Santos, mas nunca se concretizaram
Com o falecimento de Pelé, uma pergunta veio à tona: Por que o maior jogador de todos os tempos nunca jogou em um clube europeu?
Mesmo com as três conquistas de Copa do Mundo, Pelé não defendeu nenhum clube do velho continente e não ganhou troféus cobiçados nos dias atuais como a Liga dos Campeões e a Bola de Ouro.
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Manchester United, Valência, Napoli e Real Madrid foram mencionados como os principais clubes europeus que tentaram atrair a estrela para a Europa após as Copas do Mundo de 1958 e 1962, mas sem sucesso.
O próprio Pelé explicou por que nunca se mudou para a Europa, onde certamente teria aumentado sua lista de conquistas.
“Muitas vezes estive muito perto de assinar com o Real Madrid e depois novamente com o Napoli da Itália”, explicou.
"O desejo de ficar em casa foi maior. Teria sido incrível jogar no Real Madrid, mas não me arrependo de ficar e jogar minha carreira no Santos", afirmou Pelé em entrevista para a revista Madridista Real, em 2020.
Uma das razões pelas quais Pelé não se mudou para um clube europeu foi o fato dele ter sido declarado um tesouro nacional brasileiro. Os governos militares do Brasil na década de 60 pressionaram o Santos e o próprio Pelé para ele permanecer jogando no país, apesar do grande assédio dos europeus.
Tanto que em abril de 1961, o presidente Jânio Quadros escreveu um bilhete para João Mendonça Falcão, presidente do Conselho Nacional de Desportos, deixando clara sua preocupação com a possível ida de Pelé ao futebol europeu.
"Preocupa-me a reiterada contratação de futebolistas brasileiros por clubes estrangeiros. Desejam, agora, ‘importar’ também Pelé! Cumpre evitar tal processo de enfraquecimento da seleção campeã do mundo, pois a ‘exportação' de nossos atletas não nos interessa. Aguardo providências", dizia a mensagem.
Pelé brilhou nos jogos que fez contra times europeus. Foram 144 gols em 130 jogos sendo que os clubes que mais sofreram com a genialidade do maior jogador da história foram os italianos com 41 gols sofridos em 38 confrontos.