O projeto técnico de futebol do Athletico: o Jogo-CAP e seus pilares
Os títulos do Athletico nos últimos anos não foram por um mero acaso. Com um projeto administrativo e de futebol, o Furacão, desde que mudou sua marca, conquistou a Sul-Americana, a Taça do Japão e a Copa do Brasil 2019, além do estadual com o time aspirante.
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Em evento realizado na Universidade do Futebol, Eduardo Barros, de 34 anos, gerente de Desenvolvimento Técnico e Metodológico do clube, explicou detalhes da ideia de jogo do Athletico, o “Jogo-CAP”, como é tratado internamente, seus princípios e o projeto de futebol do Furacão.
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Desde junho deste ano, quando Paulo André assumiu a função de diretor de futebol, o clube passou por uma reestruturação. Profissionais trocaram de funções e o rubro-negro adotou uma estrutura matricial, que trata-se de uma gestão realizada pelas grandes multinacionais, a partir da qual não se concentra todo o poder na mão do presidente, mas de um CEO responsável por gerir a empresa e gerentes divididos por núcleos.
Eduardo Barros tem a missão de colocar em prática o projeto técnico de futebol do Furacão, com o objetivo de atingir as categorias de base e o profissional, o jeito CAP de se jogar. Mas, agora, com a saída de Tiago Nunes, Eduardo terá que deixar de "lado" para assumir interinamente o time principal.
“Para que se tenha um projeto técnico, antes dele, é preciso ter um projeto de futebol. E o Athletico tem um projeto de futebol muito bem definido: que o seu próprio escudo retrata os valores que a instituição espera que suas equipes mostrem dentro de campo: ambição, inovação, entusiasmo e rebeldia”, disse Eduardo em evento da Universidade do Futebol.
A identidade de jogo não está atrelada a um esquema básico para seus times, como conta Eduardo. O clube crê que seu modo de jogar vai muito além de uma estrutura. “Esse tipo de pergunta foi comum quando o Barcelona teve seu momento mágico com o Guardiola. Veio à tona a importância das equipes de base terem o mesmo modelo da equipe principal. Como solução, começaram a espelhar a estrutura da equipe principal nos times de base. Mas será que um sistema complexo composto por 11 jogadores se reduz aos conceitos estarem limitados à estrutura que a equipe joga? Eu não posso ter o mesmo modelo de jogo da equipe principal em um desenho diferente?".
Para ele, alguns princípios são pontos-chave para que uma equipe consiga competir. "Eu tenho como ideia do modelo de Jogo-CAP ter largura, profundidade e mobilidade interior. Quem vai criar isso é o treinador com a equipe que ele tem. A estrutura que ele vai dar pode ser 4-3-3, 3-4-3 ou 4-1-4-1. O que importa é a ideia base".
Dentro desse processo, outros questionamentos são feitos: qual o papel da base nisso? Conquistar títulos, formar ou os dois? Ele explica: “Que tipo de pergunta, como gerente de desenvolvimento técnico metodológico, que tenho que fazer para nossas categorias de base? Nós ganhamos o Campeonato Paranaense sub-15? Ou a pergunta é: a geração sub-15 tem jogadores que daqui a sete anos estarão servindo a equipe principal? Se tem, quais vão ser os processos que eles serão submetidos? Se não tem, que processos precisamos melhorar? ”.
Para colocar em prática tudo isso, o Athletico desenvolveu algumas ideias básicas de jogo, que sejam de fácil entendimento a todos. No total, são 17 tópicos e é possível ver e observar essas metas sendo realizadas dentro de campo.
IDEIAS BÁSICAS DO JOGO-CAP
O atleta com a bola provoca as linhas do adversário.
Evitar passe lateral; o passe serve para levar e desequilibrar as linhas ou jogadores adversários.
Não gastar energia com coisas simples, jogar com um ou dois toques sempre que necessário e não abrir mão do drible quando for a melhor solução.
Os onze atletas participam e entendem o jogo, sempre na intenção de criar vantagens (em número, estrutura ou em jogadas individuais).
Para criar vantagens, garantir largura, profundidade e mobilidade interior.
Com a posse no campo de ataque, ficar confortável (equilibrado) com cinco jogadores na linha da frente.
Variar o jogo curto e longo (ritmo e velocidade) para ser imprevisível ao adversário.
Finalizar muito, preferencialmente de dentro da área, entre 15 e 20 vezes durante o jogo ou uma em cerca de cinco minutos.
Quando atacar, subir a equipe, e o encaixe acontece no campo do adversário, o que facilita o pós-perda.
O pós-perda é avaliado pelo rec5 (recuperar a posse em menos de cinco segundos). Se não for possível recuperar, se organizar rapidamente para, em seguida, iniciar nova pressão.
Por princípio, sufocar a posse do adversário por todo campo e o tempo todo.
Marcar com 11 atletas em sintonia, cobrindo os companheiros e encurtando o máximo possível a distância entre as linhas.
O projeto já está em andamento e, como grande objetivo, o clube quer conquistar o Mundial até 2024, com 60% do time formado por jogadores da base.
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