Natinha e Pri valorizam vice do Mundial e projetam Paris: “Trabalhamos para sermos as campeãs”
Por Guilherme Faber (@fabergui) e Matheus Brum (@matheustbrum)
A Seleção Brasileira Feminina de Vôlei ficou no quase nas principais competições de 2022. Na Liga das Nações, perdeu a final para a Itália. Na Copa do Mundo, foi derrotada na finalíssima pela Sérvia. Na disputa do mundial, duas jogadores se destacaram: a ponteira Pri Daroit, 34, e a líbero Natinha, 25. E ambas conversaram com exclusividade com o Yahoo Esportes e falaram sobre o torneio e a construção da Seleção visando as Olimpíadas de Paris, em 2024.
Para Natinha, o Mundial do Brasil foi uma construção e evolução. O time não começou tão bem, foi derrotado pelo Japão, correu risco de não se classificar, se encontrou em quadra, derrotou a Itália nas semis e caiu na final contra a Sérvia.
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“Campeonato muito difícil e temos que nos orgulhar muito. O Brasil se encontrou, montou um grupo bem gostoso de se trabalhar, que faz diferença em um campeonato como esse. O time todo está de parabéns”, disse a líbero.
Pri segue a mesma linha da companheira e destaca esse crescimento da equipe ao longo do torneio. “O time fez uma campanha incrível nesse Mundial, cresceu ao longo das fases, mas na final nós não conseguimos colocar em quadra tudo que havíamos feito antes”, disse a jogadora.
Para a ponteira, na final contra a Sérvia faltou um pouco de maturidade por parte da equipe. “Talvez por ser nervosismo de umas atletas por ser a primeira final. A Sérvia conseguiu jogar e marcou muito bem a Gabi. O coletivo da Sérvia fez a diferença, mesmo tendo a Boskovic”, destacou a camisa 5.
A questão da experiência já tinha sido destacada por José Roberto Guimarães em entrevista para o Yahoo Esportes. Tanto que o treinador trouxe de volta para a Seleção a central Carol Gattaz, que aos 41 anos levou a bagagem que adquiriu ao longo de anos representando o Brasil.
“Foi uma das experiências mais gostosas que eu tive na vida. Carol Gattaz foi essencial. É a mais experiente do grupo e passou tudo do que viveu em outros campeonatos. Foi muito relevante”, revelou Natinha.
Caminho rumo a 2024
Tanto Pri quanto Natinha destacaram que o grande objetivo dessa seleção é o título olímpico em Paris 2024. A última medalha de ouro do vôlei feminino foi em 2012, quando do Brasil conquistou o bicampeonato em Londres.
Ambas também destacam que o elenco não está fechado. E que José Roberto deixa muito claro que só irá fazer parte da Seleção quem estiver jogando em alto nível pelos seus clubes.
“O meu objetivo é Paris 2024 com certeza. Eu sei que agora tenho que jogar muito bem a Superliga e quero dar o meu melhor no Minas. Também depois em 2023 no calendário novo da Seleção. Vou conquistando o meu espaço aos poucos. Não há isso de lugar garantido. Se não, você acaba se acomodando. O Zé Roberto sempre deixa muito claro, que a disputa está em aberto e quem estiver melhor vai”, destacou Pri.
Para Natinha, a concorrência é ainda maior. Nos jogos de 2024 será permitido apenas a convocação de uma líbero. Ela disputa vaga com Nyeme, com quem revezou no time titular do Brasil ao longo do Mundial.
“Trabalhamos para sermos as campeãs nas Olimpíadas. Estamos no processo de definir o time para as Olimpíadas de Paris. Então, o Zé Roberto testa muito e agora é o momento. Infelizmente, nesta olimpíada é só uma líbero. É muito gostoso fazer parte deste ciclo e um aprendizado indescritível para mim”, disse Natinha.
Temporada nos clubes
Natinha e Pri Daroit atuam na Superliga Feminina e são rivais dentro de quadra. A líbero defende o Osasco(SP) e a ponteira joga pelo Minas(MG).
Pri tem um importante desafio na temporada 2022/23, que é a disputa do Mundial de Clubes, que será realizado entre 14 e 18 de dezembro na Turquia. São seis clubes divididos em dois grupos e os dois melhores de cada chave avançam para as semifinais. Minas e Praia são os representantes da América do Sul. Os turcos Eczacibasi, Vakifbank, o cazaque Kuanysh, e o italiano Conegliano são os demais confirmados.
Vakifbank e Kuanysh estão na chave do Minas, e Eczacibasi e Congeliano formam o grupo do Praia. “Acho que o Mundial é um grande campeonato e jogar contra esses times é um ‘ponto’ para o nosso voleibol. Nós vemos que o nível lá é bom e estão as melhores jogadoras do Mundo. Serão jogos difíceis, mas o jogo é jogado e vamos dar o nosso melhor. Está tudo em aberto”, pontuou Daroit.
Já Natinha se transferiu do Sesc/Flamengo (RJ) para o Osasco nesta temporada. O objetivo do time paulista é voltar a vencer a Superliga, título que não é conquistado pelo clube desde 2011/12. Para voltar ao lugar mais alto do pódio, a equipe aposta na experiência do técnico Luizomar de Moura e das renomadas Fabiana e Adenizia.
“O Minas foi campeão por três vezes consecutivas, mas podemos tirar eles a qualquer momento e é para isso que nós trabalhamos. Sempre busquei manter essa tradição do Osasco e fazer o meu trabalho o máximo que eu puder. As vitórias são consequências. Nós vamos pelo dia a dia”, finalizou Natinha.