Manifestante que invadiu o campo no Catar revela que presidente da Fifa ajudou em sua soltura

O ativista Mario "Falco" Ferri roubou a cena no duelo entre Portugal e Uruguai, na fase de grupos da Copa do Mundo do Catar ao invadir o campo. Ele carregava uma bandeira de arco-íris, símbolo do movimento LGBQTIA+, e vestia uma camiseta com os dizeres "Salve a Ucrùnia" na parte da frente e "Liberdade para as mulheres iranianas" na parte de trås. Em uma entrevista à Reuters, Falco afirmou que Gianni Infantino, presidente da Fifa, dialogou com as autoridades do Catar para que ele não continuasse preso depois de ser detido por seguranças do estådio.

— Depois que eu dei os meus documentos para a polĂ­cia, eu fiquei esperando registrarem a ocorrĂȘncia. E trinta minutos depois, Infantino apareceu para me ajudar. Ele lembrou de mim e perguntou: 'Falco, por que vocĂȘ voltou? Por que vocĂȘ vai a tantos jogos?' — relatou o ativista, que retornou para casa depois do evento.

O manifestante explicou que esta foi a 11ÂȘ vez que ele se utilizou de uma partida de futebol para promover causas em que acredita. E tambĂ©m nĂŁo foi vez que ele invadiu o gramado em uma Copa do Mundo: foi no Brasil, em 2014, alĂ©m de jĂĄ ter protestado durante jogos da Champion's League e da Serie A, primeira divisĂŁo italiana.

— Ele lembrou de mim e me perguntou: 'Por que? O Catar Ă© muito perigoso para vocĂȘ. Mas eu tenho um plano para te ajudar'. EntĂŁo ele passou mais 30 minutos conversando com pessoas importantes, inclusive com o Xeque. E logo depois, eu estava livre. Eu nĂŁo entendi o porquĂȘ, jĂĄ que a polĂ­cia havia me prendido.

Falco também falou sobre as intençÔes do presidente da Fifa ao resolver råpido a situação e o mandar de volta para a Itålia.

— Infantino Ă© inteligente. Ele me disse: 'Falco estĂĄ livre, nĂŁo hĂĄ mais problemas aqui no Catar. Volte para casa e acabe com a polĂȘmica'.

O ativista afirmou tambĂ©m que se considera uma espĂ©cie de "Robin Hood" moderno. Ele contou que foi atĂ© um campo de guerra em Kiev, no mĂȘs de março, quando a guerra contra a RĂșssia começou, e viu cenas de crianças correndo pelas ruas, homens e mulheres sem casas depois dos bombardeios e nĂŁo tinham comida nem ĂĄgua. Para ele, por isso Ă© importante acabar com a guerra que acontece no leste da Europa.

— As pessoas querem mandar uma mensagem, como uma bandeira, um sĂ­mbolo, a liberdade das iranianas, salvar a UcrĂąnia. Eu utilizo o meu mĂ©todo: vou atĂ© o campo, paro o jogo e mando um recado.