Filha acusa enfermeira de ter fingido vacinar mãe idosa contra a Covid-19 em GO
Luciana Maria Jordão, filha da idosa Floramy de Oliveira Jordão, de 88 anos, acusa uma enfermeira de ter injetado a agulha, mas não aplicado a vacina contra a Covid-19 na mãe dela — ou seja, ter fingido imunizar a idosa. O episódio ocorreu em Goiânia (GO) nesta quarta-feira (10).
"Ela simplesmente enfiou uma agulha na minha mãe e tirou. E ficou com a seringa para cima. Eu peguei e falei: 'Mas foi muito rápido'. Quando eu olho para cima, o líquido estava todinho na seringa. Ela não injetou [o imunizante] na minha mãe", contou a mulher ao telojornal JA 1º edição, da TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo.
Na sequência, Luciana questionou a enfermeira dizendo que ela não havia vacinado a idosa, fato que foi rebatido pela profissional. A filha repetiu a afirmação e uma outra mulher teria olhado a seringa na mão e constatado que o líquido ainda estava na agulha.
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"[A enfermeira] Pediu desculpas, que ela que tinha esquecido de injetar [o imunizante]. [Então] ela picou e vacinou minha mãe novamente", explicou.
Segundo o jornal, Luciana afirma que se certificou que o imunizante foi realmente injetado na idosa na segunda aplicação. No entanto, ela não filmou o momento porque ficou “nervosa”, como ela mesma disse.
Procurada, a SMS (Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia) informou que a enfermeira que não teria aplicado a vacina na idosa foi identificada, afastada das funções e não atuará mais da campanha de vacinação no município e que abriu um processo administrativo para "apurar as circunstâncias do fato e tomar as medidas cabíveis".
"A SMS não admite qualquer tipo de irregularidade e esclarece ainda que todo o processo de vacinação em Goiânia segue um rigoroso protocolo sanitário e de logística, que é cumprido à risca em todas as fases pelos profissionais envolvidos", informou.
Falsa vacinação
Não é a primeira vez que isso acontece. No dia 28 de janeiro, uma senhora de 97 anos foi tomar a vacina contra a Covid-19, em Maceió, e, ao se posicionar para receber o imunizante, a funcionária responsável pela vacinação inseriu a agulha no braço dela, mas não pressionou o êmbolo da seringa.
Por sorte, um parente filmava o momento e percebeu que o líquido não fora introduzido no corpo da idosa e que, assim, a vacina não fora aplicada.
No dia 3 de fevereiro, o Laboratório Forense do Instituto de Criminalística de Alagoas concluiu que a seringa utilizada por uma técnica de enfermagem que fingiu vacinar uma idosa de 97 anos contra a Covid-19 não tinha defeitos no funcionamento.
Em nota, a Prefeitura de Maceió informou que "tomou ciência com indignação sobre o caso" e que "trata-se de um caso isolado".
O município disse ainda que vai ampliar a fiscalização e vai mudar o protocolo de vacinação. "O profissional de saúde terá que mostrar a seringa cheia antes da aplicação e vazia após o procedimento", diz a nota.