Estados Unidos poderiam ter evitado 40% das mortes por coronavírus se tivesse índices de países desenvolvidos, aponta estudo
Se os Estados Unidos tivessem a taxa de mortalidade igual a de outros países industrializados, 40% das mortes por coronavírus poderiam ter sido evitadas. É o que mostra o relatório de uma comissão que acompanha as políticas de saúde adotadas pelo governo de Donald Trump, publicado na revista científica “The Lancet”.
A gestão de Trump durante a pandemia foi considerada “inepta e insuficiente”, no entanto, os problemas são mais antigos do que o governo do republicano. Segundo Mary Bassett, membro da comissão e diretora do Centro FXB para Saúde e Direitos Humanos da Universidade de Harvard, apontou que os problemas sociais do país começaram antes de Trump.
“Os Estados Unidos se saíram muito mal nesta pandemia, mas o estrago não pode ser atribuído apenas a Trump. Também tem a ver com falhas sociais. Isso não vai ser resolvido com uma vacina”, explicou em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
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O país tem a mais alta taxa de mortalidade pela covid-19. Ao todo, 470 mil pessoas morreram vítimas do coronavírus. Durante um longo tempo, quando todo o mundo era acometido pela pandemia, o então presidente Donald Trump minimizou a doença e chegou a sugerir métodos ineficazes, como uso de cloroquina e até a injeção de produtos de limpeza.
“Ele (Trump) foi uma espécie de ponto culminante de um determinado período, mas não é o único arquiteto. Decidimos que é importante colocá-lo em contexto, não para minimizar o quão destrutiva foi sua agenda política e seu fomento pessoal à fogueira da supremacia branca, mas para colocá-lo em contexto", disse Mary Bassett.
Um ponto ressaltado pelo estudo foi a falta de um sistema de saúde único, mesmo que fosse provado. Esse é um dos motivos pelos quais a expectativa de vida dos norte-americanos é menor do que de moradores de outros países.