Em recuperação, Magrão analisa momento do Sport e aproveita tempo livre para acompanhar o filho

Magrão no Morumbi para assistir seu filho (Arquivo Pessoal)
Magrão no Morumbi para assistir seu filho (Arquivo Pessoal)

Por Vinícius Vale

Tarde de quarta-feira, muita chuva e pouca torcida no estádio do Morumbi para acompanhar o jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil sub-17, entre São Paulo e Flamengo. Ali, a maioria dos presentes eram familiares dos jovens que estão começando a carreira no mundo do futebol. Um deles se destaca: Alessandro Beti Rosa, ou simplesmente Magrão. Ídolo do Sport, que se recupera de lesão sofrida no início de outubro em jogo contra o Atlético-PR, ele foi acompanhar o filho Rafael Beti Rosa, que aos 17 anos é goleiro das categorias de base do tricolor paulista.

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Entre os momentos de apreensão na torcida pelo filho, já que o Tricolor acabou derrotado por 2 a 0, o goleiro do Sport atendeu a reportagem do Yahoo Esportes e falou sobre a recuperação, o momento do Sport no Brasileirão e como acompanha o início da carreira do filho.

Apesar da torcida, Magrão não queria que o filho seguisse seus passos, alegando saber a responsabilidade que é defender a meta de um time de futebol. O experiente jogador também falou dos primeiros passos do filho no esporte.

“Na verdade, o Rafael jogava salão no colégio e, por incrível que pareça, para ele fazer parte do time só tinha vaga no gol, já que com os pés ele era meio complicado (risos). Assim, ele acabou fazendo parte do time do colégio. No início, não incentivei porque eu sei a pressão que é ser goleiro, então relutei um pouco. Não dei uma luva para ele e minha esposa falava que filho de goleiro tinha que ter uma luva. Tentei fazer ele desistir, mas depois vi que era o que ele queria e passei a incentivar.”

Apesar da rotina puxada de jogos e concentração, Magrão diz que sempre tenta ajeitar a agenda para acompanhar os jogos do garoto. “Sempre quando tenho um tempo livre, procuro acompanhar. É difícil com jogos de quarta e domingo, morando em Recife, distante de São Paulo, mas nas brechas procuro vir acompanhar e incentivar.”

Magrão relembrou a primeira vez em que jogou em um grande estádio. Também no Morumbi, aos 18 anos ele defendeu o Nacional na derrota por 1 a 0 contra o São Paulo em jogo válido pela Supercopa São Paulo de Futebol Júnior de 1995. O goleiro aproveitou a experiência para conversar com Rafael sobre a oportunidade de jogar em um grande palco logo aos 17 anos.

“Ele teve esse privilégio de jogar em um grande estádio antes que eu, já aos 17 anos. Falei com ele na véspera do jogo para saber se ele estava tranquilo, já que seria a primeira vez aqui, mas ele mostrou bastante tranquilidade. Ele é um garoto muito tranquilo, meu pai até fala que ele é mais tranquilo do que eu. Eu até falo que ele precisa ser mais agitado, mas isso é importante, já que o goleiro tem que passar tranquilidade para a equipe. Estamos na torcida para que ele consiga trilhar uma grande carreira no São Paulo”, contou.

Com mais de 700 jogos vestindo a camisa do Sport, claro que Magrão também falou do momento difícil do time no Brasileirão. As duas vitórias recentes, contra o Vasco, em casa, e Grêmio, em Porto Alegre, foram celebradas pelo arqueiro.

“O momento é bom, são duas vitórias seguidas e a confiança aumenta. Isso é importante no momento que a gente se encontra. Sempre quando conseguimos vitórias, a confiança aumenta. Temos um jogo muito difícil na próxima rodada já que, na minha opinião, o Ceará, das equipes que estão na parte de baixo da tabela, é o time que vem apresentando o futebol mais competitivo. Mesmo jogando em casa, sabemos que teremos que fazer muito para conseguir os três pontos. Mas na nossa casa, com o apoio do torcedor, temos totais condições de vencer esse jogo fundamental para nossa equipe”, projetou.

Sobre a recuperação da cirurgia no antebraço, sofrida há pouco mais de 15 dias, o goleiro disse que é um momento de paciência. “Agora é o momento de esperar a calcificação dos ossos. Faço alguns exercícios em aparelhos, alguns movimentos, já que você perde um pouco o movimento do punho, o giro, então estou nesse processo de recuperação em que é preciso paciência”, finalizou o goleiro, que deve voltar para Recife na próxima semana e seguir o tratamento da lesão.