Dinizismo com bola longa? Entenda como o Fluminense trouxe alternativas ao seu estilo de jogo na estreia
Desde que iniciou a carreira de treinador, Fernando Diniz emplacou um estilo de jogo caracterĂstico que passou a ser tido como exemplo de bom futebol. Com toques curtos desde a defesa, inclusive com a participação do goleiro, o time ganha dinamismo e de pĂ© em pĂ© avança para quebrar as linhas adversĂĄrias. Todavia, em determinados momentos, o treinador, foi criticado por nĂŁo apresentar uma variação ao seu jogo, mas na estreia do CariocĂŁo Ă frente do Fluminense, optou no segundo tempo pela bola longa.
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Como estava em vantagem no placar, o comandante buscou a bola longa para explorar a velocidade de seus pontas (Jhon Arias e Keno) na etapa final. O Resende teve 40 dias de treinamento e chegou mais inteiro fisicamente. Portanto, coube ao Tricolor apostar nos contragolpes letais e teve ĂȘxito. O estreante Keno deu um passe preciso para Alan, que sofreu pĂȘnalti e foi certeiro na cobrança.
Na Ășltima temporada, a equipe sofreu em algumas partidas por demorar a entender que seu estilo de jogo foi coibido pelo adversĂĄrio. Na eliminação da Copa do Brasil para o Corinthians, os toques curtos foram rapidamente dificultados com uma marcação mais intensa e, em certos momentos, adiantada. O time carioca ficou encurralado e sem repertĂłrio tĂ©cnico para avançar e sair de campo com a classificação.
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Contra o AmĂ©rica-MG, por exemplo, o Fluminense demorou a assimilar que teria que atuar de outra forma para nĂŁo errar e oferecer perigo aos mineiros. A falta de repertĂłrio, variação tĂĄtica e do estilo de jogo ficaram nĂtidas. Ter um jeito de jogar jĂĄ conhecido traz os riscos de ser neutralizado. Em qualquer jogo, Ă© preciso ter uma estratĂ©gia montada para esses momentos, e o Tricolor nĂŁo teve.
Ă como criar um antĂdoto ao veneno apresentado pelo adversĂĄrio. Apresentar outras formas de jogar para surpreender e conquistar as vitĂłria. Contudo, nĂŁo seria abdicar totalmente de algo construĂdo ao longo da temporada, mas sim variar tanto no estilo quanto na distribuição tĂĄtica. Diniz terĂĄ nesta temporada mais recurso tĂ©cnico para fazer essas conexĂ”es, visto que reforços chegaram e a espinha dorsal foi mantida.
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Diferente do que foi observado na temporada passada, Diniz utilizou a bola longa contra o Resende e evidenciou que o time atuou de forma inteligente. Essa vertente é essencial para uma equipe vencedora e um projeto bem-sucedido. Apesar de ser ainda o primeiro jogo, essa variação ganhou destaque e trouxe uma perspectiva mais plural para o ano tricolor. Na coletiva de imprensa, o treinador afirmou que a bola longe sempre esteve em sua estratégia de jogo, mas foi notória a dificuldade em alguns jogos de 2022.
- Bola longa sempre foi parte da nossa estratĂ©gia do jogo. Ă um equĂvoco achar que a gente sĂł joga com bola curta. Como o campo estava ruim nĂłs fizemos isso. Esse (Resende) Ă© um time que jĂĄ estava treinando hĂĄ algum tempo e havia feito quatro amistosos, nĂłs acompanhamos todos para montar a estratĂ©gia para hoje - disse Diniz, acrescentando:
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- Toda vez que for melhor fazer bola longa nĂłs vamos fazer bola longa. Nunca teve a prerrogativa de jogar apenas por baixo. Tivemos a inteligĂȘncia de fazer o que o jogo estava pedindo. Soubemos alongar as bolas quando foi necessĂĄrio e ganhamos de um adversĂĄrio difĂcil - finalizou o comandante.