Dinizismo com bola longa? Entenda como o Fluminense trouxe alternativas ao seu estilo de jogo na estreia

AndrĂ© esteve na mira do Fulham, da Inglaterra (Foto: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC)


Desde que iniciou a carreira de treinador, Fernando Diniz emplacou um estilo de jogo característico que passou a ser tido como exemplo de bom futebol. Com toques curtos desde a defesa, inclusive com a participação do goleiro, o time ganha dinamismo e de pé em pé avança para quebrar as linhas adversårias. Todavia, em determinados momentos, o treinador, foi criticado por não apresentar uma variação ao seu jogo, mas na estreia do Cariocão à frente do Fluminense, optou no segundo tempo pela bola longa.

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Como estava em vantagem no placar, o comandante buscou a bola longa para explorar a velocidade de seus pontas (Jhon Arias e Keno) na etapa final. O Resende teve 40 dias de treinamento e chegou mais inteiro fisicamente. Portanto, coube ao Tricolor apostar nos contragolpes letais e teve ĂȘxito. O estreante Keno deu um passe preciso para Alan, que sofreu pĂȘnalti e foi certeiro na cobrança.

Na Ășltima temporada, a equipe sofreu em algumas partidas por demorar a entender que seu estilo de jogo foi coibido pelo adversĂĄrio. Na eliminação da Copa do Brasil para o Corinthians, os toques curtos foram rapidamente dificultados com uma marcação mais intensa e, em certos momentos, adiantada. O time carioca ficou encurralado e sem repertĂłrio tĂ©cnico para avançar e sair de campo com a classificação.

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Contra o América-MG, por exemplo, o Fluminense demorou a assimilar que teria que atuar de outra forma para não errar e oferecer perigo aos mineiros. A falta de repertório, variação tåtica e do estilo de jogo ficaram nítidas. Ter um jeito de jogar jå conhecido traz os riscos de ser neutralizado. Em qualquer jogo, é preciso ter uma estratégia montada para esses momentos, e o Tricolor não teve.

É como criar um antĂ­doto ao veneno apresentado pelo adversĂĄrio. Apresentar outras formas de jogar para surpreender e conquistar as vitĂłria. Contudo, nĂŁo seria abdicar totalmente de algo construĂ­do ao longo da temporada, mas sim variar tanto no estilo quanto na distribuição tĂĄtica. Diniz terĂĄ nesta temporada mais recurso tĂ©cnico para fazer essas conexĂ”es, visto que reforços chegaram e a espinha dorsal foi mantida.

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Diferente do que foi observado na temporada passada, Diniz utilizou a bola longa contra o Resende e evidenciou que o time atuou de forma inteligente. Essa vertente é essencial para uma equipe vencedora e um projeto bem-sucedido. Apesar de ser ainda o primeiro jogo, essa variação ganhou destaque e trouxe uma perspectiva mais plural para o ano tricolor. Na coletiva de imprensa, o treinador afirmou que a bola longe sempre esteve em sua estratégia de jogo, mas foi notória a dificuldade em alguns jogos de 2022.

- Bola longa sempre foi parte da nossa estratĂ©gia do jogo. É um equĂ­voco achar que a gente sĂł joga com bola curta. Como o campo estava ruim nĂłs fizemos isso. Esse (Resende) Ă© um time que jĂĄ estava treinando hĂĄ algum tempo e havia feito quatro amistosos, nĂłs acompanhamos todos para montar a estratĂ©gia para hoje - disse Diniz, acrescentando:

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- Toda vez que for melhor fazer bola longa nĂłs vamos fazer bola longa. Nunca teve a prerrogativa de jogar apenas por baixo. Tivemos a inteligĂȘncia de fazer o que o jogo estava pedindo. Soubemos alongar as bolas quando foi necessĂĄrio e ganhamos de um adversĂĄrio difĂ­cil - finalizou o comandante.