Cofundador do Instagram diz que rede social "perdeu a alma"
Um dos confundadores do Instagram não parece nada feliz com os rumos tomados pela rede social nos últimos anos. Kevin Systrom alegou que a plataforma "perdeu a alma", ou seja, deixou de lado os elementos que tornaram o serviço famoso.
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A declaração veio durante uma conversa no podcast da repórter de tecnologia Kara Swisher. O executivo disse que costumava entrar no Instagram para saber o que seus amigos e familiares haviam feito recentemente, mas que agora só vê criadores e marcas usando a plataforma para ganhar dinheiro.
"Acho que meu maior arrependimento no Instagram é o quão comercial ele se tornou", disse ele.
A falha, segundo Systrom, estaria no modelo de negócios direcionado para anúncios. Isso fez a rede oferecer mais incentivos para criadores, para as empresas e para as marcas gastarem rios de dinheiro em publicidade. Do ponto de vista de sustentabilidade financeira, isso parece ótimo, mas o ex-executivo ressaltou o que chamou de "consequências sociais não intencionais".
Consequências para o Instagram
Esse processo de mudança do Insta nos últimos fez com que as pessoas vivessem vidas "incríveis sem limites", com extravagância e tudo do melhor, o que fez muita gente querer se colocar no lugar dos influenciadores. O resultado foi uma dinâmica "aterrorizante", explicou, na qual os usuários acreditam que aquela é a realidade:
"A vida é muito difícil, e tudo o que as pessoas postam no Instagram é a ponta do iceberg. É essa corrida até o fundo de quem pode ser o mais perfeito", conclui Kevin Systrom.
Ele disse que pode observar toda essa mudança como um mero expectador, focado no seu feed pessoal. Os amigos que postavam fotos de sua vida diária agora estariam focados apenas em "#ads" (anúncios).
BeReal é o novo Instagram?
O cofundador elogiou o BeReal por tentar resgatar um pouco dos tempos felizes do Insta. O aplicativo incentiva as pessoas a tirarem fotos em momentos aleatórios do dia, sem preparação, planejamento ou maquiagem, apenas para mostrar um pouquinho da sua vida real.
O Instagram foi vendido para o Facebook em 2012 por US$ 1 bilhão, mas os fundadores da plataforma permaneceram à frente dela por um tempo. Systrom deixou a companhia de mídia social em 2018, quando começou a entrar em conflito com o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.
A fala parece alinhada com o chefe do Instagram, Adam Mosseri, em alguns pontos. Recentemente, o executivo disse que a rede social passou a focar demais em vídeo, o que a fez perder a essência das fotos.
Agora, o empresário decidiu voltar para o ramo com a Artifact, uma mistura de Google News com rede social. O Canaltech testou a plataforma recentemente e publicou uma análise completa sobre a aposta de Kevin Systrom.
Fonte: Canaltech
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