China diz que EUA “pagarão o preço” pelo boicote diplomático aos Jogos de Inverno
O governo da China chamou de “preconceito ideológico” a postura dos Estados Unidos em estudar um “boicote diplomático” aos Jogos Olímpicos de Inverno, marcados para fevereiro, em Pequim.
Os americanos pretendem não enviar autoridades ao país-sede das Olimpíadas em protesto por violações de direitos humanos, especialmente contra o povo uigur, minoria étnica muçulmana da região de Xinjiang, noroeste do território. A presença dos atletas, no entanto, não seria afetada.
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Nesta terça-feira (07), o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, chamou de “intenções sinistras” a postura dos americanos.
"A tentativa dos Estados Unidos de perturbar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim foi tomada com base em preconceito ideológico, mentiras e rumores, expõe apenas suas intenções sinistras", disse.
Lijian subiu o tom e revelou que os chineses estudam represálias caso os americanos mantenham a ideia de não enviar nenhum representante do governo de Joe Biden ao evento esportivo.
“O evento não é um cenário para espetáculos políticos e manipulação política. Os Estados Unidos pagarão o preço de suas ações equivocadas. Fiquem atentos”, ameaçou.
O anúncio do possível boicote acontece menos de um mês após o encontro dos presidentes americano e chinês, Joe Biden e Xi Jinping. A reunião aconteceu para tentar esfriar a tensão entre os países. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, falou sobre a atitude que deve ser tomada pelos americanos.
"A representação diplomática americana trataria estes Jogos como se nada tivesse acontecido, apesar das flagrantes violações dos direitos humanos e das atrocidades da China em Xinjiang. E simplesmente não podemos fazer isso", comentou, reiterando que os atletas terão todo o suporte e apoio do governo.
"Os atletas do ‘Team USA’ contam com todo o nosso apoio. Estaremos dando a eles 100% de suporte, enquanto torcemos por eles daqui", completou.