Coronavac previne 100% de casos graves, moderados e internações por Covid-19, diz Butantan
A CoronaVac, potencial vacina contra a Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, mostrou ser 100% eficaz na prevenção de casos graves e moderados da doença, disse nesta quinta-feira o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, que acrescentou que a vacina também evitou internação hospitalar em todos os voluntários do estudo clínico em Fase 3 que contraíram a doença.
Ele afirmou que o Butantan teve nesta quinta a reunião inicial com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), prevista no protocolo da agência para um pedido de uso emergencial da vacina e deve ter novo encontro com o órgão regulador ainda nesta quinta.
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Ele voltou a afirmar que os testes clínicos com a CoronaVac mostraram que ela está entre os imunizantes mais seguros contra a Covid-19.
A vacinação contra a Covid-19 no estado de São Paulo está prevista para começar no dia 25 de janeiro de 2021. A escolha da data coincide com a comemoração do aniversário da cidade de São Paulo.
A primeira fase do plano prevê a aplicação de 18 milhões de doses da CoronaVac, vacina adquirida pelo governo paulista contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan.
A princípio, os grupos prioritários que receberão as doses iniciais da CoronaVac são os profissionais de saúde, pessoas acima de 60 anos, indígenas e quilombolas. Ao todo, serão 9 milhões de pessoas imunizadas nesta fase: 7,5 milhões de idosos, e 1,5 milhão de integrantes do grupo de trabalhadores da saúde, quilombolas e indígenas.
O critério de escolha, segundo o governo, levou em consideração a incidência de óbitos provocados pelo novo coronavírus.
DATAS, LOCAIS E HORÁRIOS DA 1ª FASE DA VACINAÇÃO EM SP
O cronograma inicialmente divulgado prevê a 1ª fase entre 25 de janeiro de 2021 a 28 de março de 2021, totalizando 9 semanas. Haverá uma escala por faixa etária, iniciando pelos trabalhadores da saúde, quilombolas e indígenas. Depois, avançando primeiro nos mais idosos.
Serão 2 doses por pessoa.
Confira o cronograma:
Público-alvo | Primeira dose | Segunda dose |
Trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas | 25 de janeiro | 15 de fevereiro |
75 anos ou mais | 08 de fevereiro | 1° de março |
70 a 74 anos | 15 de fevereiro | 08 de março |
65 a 69 anos | 22 de fevereiro | 15 de março |
60 a 64 anos | 1° de março | 22 de março |
Os horários, segundo o governo, da aplicação da CoronaVac podem variar das 7h às 22h, de segunda a sexta-feira, e das 7h às 17h aos sábados, domingos e feriados.
O governo detalhou que, além dos 5,2 mil postos de vacinação já existentes nos municípios paulistas, a meta é expandir para 10 mil locais de imunização utilizando espaços como terminais de ônibus e trens, quarteis da Polícia Militar, rede de farmárcias conveniadas, escolas durante os finais de semana, e até um sistema de drive-thru.
A previsão do governo é que a logística para distribuição das doses na primeira fase custe em torno de R$ 100 milhões. “A estratégia de a vacina sair do (Instituto) Butantan, chegar a um ponto estratégico, e enviar aos 645 municípios está estimada em R$ 100 milhões”, explicou Regiane de Paula, coordenadora do Centro de Controle de Doenças da secretaria estadual da Saúde.
O valor, no entanto, não inclui as seringas, agulhas necessárias. Com relação a esses insumos, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, garantiu que o estado já possui as agulhas e seringas previstas para serem utilizadas na 1ª fase e que, portanto, não será preciso fazer aquisições ou aguardar de licitações de compra.
De acordo com o governo, cada município deverá elaborar um "plano de recebimento e armazenamento" da vacina. Em coletiva na quinta-feira (3), Doria afirmou que o programa estadual de imunização já estava pronto há 20 dias e que daria mais informações nesta segunda sobre detalhes do plano.
Doria garantiu também que, a partir de 25 de janeiro, ajudará outros estados do país e cederá 4 milhões de doses de vacina contra o coronavírus. Segundo o governador, os estados interessados terão de fazer um pedido ao governo de São Paulo.
No fim de novembro, Doria já havia dito que, caso o Ministério da Saúde não apresentasse um “plano sério e bem estruturado”, o estado de São Paulo irá elaborar um plano estadual próprio para vacinar a população paulista.
***Com informações da Reuters