Bruno Guimarães quer 'jogo perfeito' do Lyon para desafiar Manchester City: 'Qualquer erro pode ser fatal'
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A atual edição da Liga dos Campeões está sendo marcada pelas surpresas. Não só pelos resultados, como o Bayern fazendo oito gols no Barcelona, mas também pelas equipes de destaque como o Leipzig, o PSG e principalmente o Lyon. Liderado por Bruno Guimarães, os franceses já eliminaram a Juventus de Cristiano Ronaldo e hoje, às 16h (de Brasília), desafiam o Manchester City de Pep Guardiola para chegar às semifinais e igualar sua melhor campanha na história do torneio.
— Conforme a gente vai avançando e deixando para trás grandes adversários, como a Juventus, a confiança vai aumentando. Temos que ter pés no chão e tranquilidade. O jogo contra a Juventus já foi. Enfrentaremos outra grande equipe, mas com estilo de jogo diferente. Quando enfrentamos grandes equipes temos que estar no nosso limite físico, técnico e mental. Teremos que fazer um jogo perfeito — conta Guimarães, que já é um dos mais queridos pela torcida francesa.
O que muda com as finais sendo em jogos únicos?
Deixa tudo mais aberto. Acredito que acaba tirando o favoritismo das equipes. Uma jogada mal planejada, uma noite ruim podem custar caro. Fica um jogo mais tenso também, já que qualquer erro pode ser fatal. Dá mais emoção a classificatória.
Como foi a conversa após eliminar a Juventus?
Muita alegria. Pelo o nosso primeiro jogo merecíamos a classificação. Ganhamos de 1 a 0 e tivemos a possibilidade vencer por mais. Acredito que, nos 180 minutos, fomos merecedores. Enfrentamos uma grande equipe, com grandes jogadores e conseguimos a classificação. O vestiário era só alegria.
Você acredita que a pandemia atrasou alguns de seus objetivos como profissional?
Vivia um momento excelente com a boa chegada no Lyon, Champions League e a minha primeira convocação para a seleção principal. Tenho consciência que está sendo ruim para todos, mas me considero um dos atletas mais prejudicados com a parada por tudo que vinha vivendo. Uma situação diferente para todos e que temos saber levar da melhor forma.
O Francês terminou cedo. Como foi para recuperar o ritmo para a Champions?
Tivemos todo um acompanhamento diário do clube nos trabalhos em casa. Não é a mesma coisa, mas foi muito importante para que, quando iniciamos a pré-temporada, não voltássemos do zero. Fizemos um período de trabalho forte e produtivo antes de disputar a final da Copa da Liga Francesa diante do PSG. Voltamos bem fisicamente e ajustados taticamente.
Você jogou muitos jogos no Lyon como primeiro volante...
Durante o Pré-olimpico fiz algumas vezes essa função. Eu e o Matheus Henrique revezamos por ali. É uma função em que eu tenho a bola toda hora a participo muito mais da construção do jogo vindo de trás. Tenho procurado me adaptar da melhor maneira e esse processo tem feito eu crescer como jogador. Por jogarmos com três zagueiro, tenho liberdade, às vezes, de entrar na área adversária.
O Lyon não fazia uma temporada muito empolgante e recentemente teve uma melhora, com o treinador Rudi Garcia desenvolvendo um sistema sólido é difícil de ser batido. Como você vê a equipe atualmente e como é trabalhar com o treinador?
O Rudi é um grande treinador e conseguiu encontrar uma maneira de jogar que pudesse tirar o máximo de cada atleta. Temos um esquema bem definido e ele é muito didático no dia a dia. Isso tem feito a diferença. Vejo uma equipe bem preparada e pronta para grandes desafios.
No Athletico, você virou um dos maiores ídolos da história do clube. No Lyon, você já tem muita admiração da torcida. Tem algum segredo nisso?
Dedicação e profissionalismo. Carregos essas palavras sempre comigo por onde eu passo. Procuro me adaptar ao ambiente que estou inserido de maneira rápida também. Acredito que esse respeito com a instituição e seus torcedores seja fundamental para se ter um bom ambiente de trabalho.
O Lyon tem muitos jogadores brasileiros. Qual foi a importância deles para a sua adaptação?
Foram essenciais assim como o Juninho. Desde o meu primeiro dia aqui no clube procuraram me ajudar dentro e fora de campo. Rafael, Marçal, Marcelo... Todos foram muito importantes nesse meu processo. Acredito que o fato de ter tido eles aqui, nesse começo, fez toda a diferença. Ajuda dentro e fora de campo. Somos muito próximos hoje em dia. Procuramos estar sempre juntos fora do clube também.
Além de você, o Lyon tem outro meia de muita qualidade que chama a atenção de gigantes europeus: Houssem Aouar...
É um jogador fora de série. Não tenho nenhuma dúvida que em breve estará concorrendo com os melhores para prêmios individuais. É um jogador muito inteligente, de toques rápidos e de criação. É muito fácil atuar ao lado dele.