Australian Open sorteia chaves com Djokovic, que ainda pode ser expulso

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - ApĂłs um adiamento de Ășltima hora e ainda sob dĂșvidas a respeito da participação de Novak Djokovic, 34, o Australian Open sorteou suas chaves nesta quinta-feira (13). O torneio começarĂĄ na segunda (17).

O tenista sĂ©rvio, nĂșmero 1 do mundo e nove vezes campeĂŁo do Grand Slam de Melbourne, poderĂĄ enfrentar o compatriota Miomir Kecmanovic, 22, na primeira rodada.

A confirmação desse jogo, porém, ainda depende de uma decisão do ministro da Imigração do governo australiano, Alex Hawke. Cabe a ele determinar ou não um novo cancelamento do visto do atleta, que, sem estar vacinado contra a Covid-19, vive uma longa novela a respeito de sua admissão no país.

Não foi dada uma explicação para o adiamento de mais de uma hora do sorteio, previsto para ocorrer às 15h, no horårio local, e que começou às 16h15. Nesse meio-tempo, estava marcada uma entrevista coletiva do primeiro-ministro, Scott Morrison, e especulava-se que nela poderia ser anunciada alguma atualização do caso Djokovic.

Como isso nĂŁo ocorreu, os organizadores prosseguiram com o sorteio. O diretor do torneio, Craig Tiley, recusou-se a responder perguntas ao final da cerimĂŽnia.

"Respeitados jornalistas internacionais estão agora chamando isso de um sorteio 'temporårio' do Australian Open", tuitou o ex-diretor do torneio Paul McNamee. "Tendo sido o diretor de torneios por 12 anos e conhecendo as enormes contribuiçÔes de tantos ao longo dos anos, devo dizer que não gosto que nosso Grand Slam seja ridicularizado".

A decisĂŁo de Hawke, que tem poderes discricionĂĄrios para cancelar o visto do atleta, Ă© aguardada agora para esta sexta-feira (14). Ele ainda estaria analisando documentos apresentados pelos advogados de Djokovic nos Ășltimos dias.

A equipe jurídica do tenista espera que, mesmo com uma eventual decisão negativa para o seu cliente, ainda seja possível recorrer à Justiça ao longo do fim de semana. Os jogos da primeira rodada estão previstos para segunda e terça.

Djokovic recebeu uma isenção de vacina para entrar no país concedida pela organização do torneio e pelo governo estadual de Victoria, com base num exame positivo para o coronavírus realizado em 16 de dezembro, na Sérvia.

Essa autorização, porĂ©m, Ă© contestada pelo governo federal, que nĂŁo considera a infecção recente como um critĂ©rio vĂĄlido para dispensar a vacinação. Por isso, na Ășltima quinta-feira (6), determinou o cancelamento do seu visto e sua detenção em um hotel.

Na segunda-feira (10), o juiz federal Anthony Kelly decidiu pela liberação do tenista apĂłs considerar que ele teve tratamento injusto dos agentes de imigração na sua chegada ao paĂ­s. O atleta nĂŁo teria recebido tempo suficiente para entrar em contato com advogados e organizadores do torneio. Nos Ășltimos dias, ele pĂŽde treinar em Melbourne Park Ă  espera de uma decisĂŁo.

Além da questão da vacinação, outros pontos podem afetar as pretensÔes do sérvio. A Força de Fronteira Australiana investiga as discrepùncias entre o formulårio de viajante apresentado por ele e seu paradeiro nos dias anteriores à chegada.

No documento, o tenista assinalou "não" quando questionado sobre ter viajado nos 14 dias prévios, mas no fim do ano ele saiu de Belgrado e foi para Marbella, na Espanha, finalizar sua preparação. Djokovic afirmou que seu agente cometeu um "erro administrativo" ao preencher o documento.

O tenista também foi cobrado, inclusive pela primeira-minista sérvia, Ana Brnabic, por ter descumprido o isolamento obrigatório após o teste positivo de Covid-19 em dezembro. Ele reconheceu ter dado uma entrevista e participado de uma sessão de fotos jå com conhecimento do diagnóstico.

Um terceiro complicador foi levantado pela revista alemĂŁ Der Spiegel, que apontou inconsistĂȘncias na data do PCR realizado na SĂ©rvia a partir das informaçÔes disponĂ­veis na URL associada ao cĂłdigo QR do exame. De acordo com a publicação, esses dados sugerem que o exame teria sido feito no dia 26, nĂŁo 16.

O pĂșblico nas quadras do Australian Open serĂĄ limitado a 50% da capacidade das arenas para as sessĂ”es que ainda nĂŁo tenham vendido ingressos acima desse limite, informou o governo de Victoria nesta quinta (13).

O estado, que sedia o Grand Slam na capital Melbourne, registrou 37.169 novos casos de Covid-19 e 25 mortes nas Ășltimas 24 horas.

Os ingressos jå vendidos continuarão vålidos, conforme anunciou a organização do torneio. As måscaras faciais serão obrigatórias para todos os presentes, exceto quando comerem ou beberem, e haverå orientaçÔes para distanciamento social em locais fechados.

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