Ator com doença degenerativa emociona em peça no Sérgio Porto

João Vicente é ator e palhaço e em 2020 foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa rara que provoca a perda gradual dos movimentos. A fim de subverter o destino esperado para um pessoa em sua condição — ficar em casa —, ele escreveu o monólogo “A ilha do farol”. O espetáculo está em cartaz no Teatro Sérgio Porto, no Humaitá, às quartas-feiras, às 20h, até o próximo dia 15, com ingresso a R$ 40 (inteira).

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— Pessoas com ELA são forçadas a ficar longe da sociedade. Então, estar em cena é urgente, não por mim, mas pelo teatro, que é uma forma extraordinária de transformar a realidade por algumas horas — afirma o morador de Santa Teresa.

Ele diz que, em vez do enfrentamento, escolheu lidar com a doença “de forma a entender como lidar com este novo corpo”:

— Claro que com muita dor, mas qual vida não tem dor? O teatro é uma grande metáfora da ilha, onde a plateia é o mar. Acabo esquecendo do que envolve a minha pessoa quando estou no meio de tantas outras.

João Vicente conta que a reação do público o tem deixado “muito emocionado”.

— Tenho muitos medos, de falhar, de não ser aceito pela minha condição. Mas muitos me dizem que sou muito corajoso por me expor assim. Acredito que um corpo que se degenera é também um corpo que afirma — diz.