Árbitros italianos punem mais jogadores negros que brancos
Levantamento aponta que atletas de pele escura são mais advertidos pelos árbitros na Itália.
Jogadores de futebol de pele escura são mais penalizados pelos árbitros da primeira divisão da Itália do que os atletas de pele clara, aponta uma pesquisa divulgada pelo The Guardian, portal britânico. Os dados entre os anos de 2009 e 2019 foram analisados pelos pesquisadores Beatrice Magistro e Morgan Wack, que identificaram 20% a mais em faltas assinaladas, 11% a mais de cartões amarelos e 16% a mais de cartões vermelhos a jogadores negros.
De acordo com Beatrice Magistro, outros estudos sobre o tema não se baseiam na cor de pele, mas, sim, na origem dos jogadores de futebol: "Muitos estudos se basearam em categorizações muito imperfeitas, como país de origem, ou colocando todos os europeus como brancos e os sul-americanos como não-brancos, o que é problemático".
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Árbitro italiano é suspenso por vídeos no TikTok
Conhecido pela alcunha de "Arbitrino", seu nome nas redes sociais, o árbitro Alessandro Luliano, de 23 anos de idade, foi suspenso pela AIA (Associação Italiana de Arbitragem) por causa de um vídeo publicado por ele no TikTok, onde comenta um lance de um torneio nacional. Luliano, que conta com mais de 200 mil seguidores apenas no TikTok, sem levar em consideração o seu perfil no Instagram, onde quase 40 mil pessoas o acompanham, passará por um 'castigo' de 18 meses sem poder atuar por partidas oficiais na Itália. De acordo com o regimento interno da AIA, os árbitros não podem comentar decisões de outros membros de arbitragem sem que sejam autorizados.
Por ter sua promoção à elite do futebol italiano interrompida pela pandemia de Covid-19, Luliano apitava apenas jogos de categorias de base, o que não poderá mais fazer pelo próximo ano e meio. Em entrevista à Gazzetta dello Sport, o árbitro disse que: "Resolvi contar o que está acontecendo comigo, porque é certo que todo mundo saiba como está estruturado o mundo dos árbitros. Hoje as redes sociais são fundamentais, a AIA poderia explorá-los para conversar com os torcedores. Ainda existe uma barreira entre os torcedores e os árbitros, que com a internet pode finalmente ser derrubada".