Conheça o Happy Help, app brasileiro que recompensa quem ajuda pessoas
A publicitária Manuela Schmidt estava morando na Europa quando o marido, de origem inglesa, descobriu que estava com um câncer raro. O casal, que naquele momento morava na Espanha, se viu sem qualquer tipo de apoio, já que toda a família estava longe. Pior: a única filha do casal tinha apenas um ano e meio, demandando ainda mais cuidados. “Nós precisávamos de muita ajuda, de cuidados com a casa, ajuda para levar nossa filha para a creche, com o cachorro, tudo”, conta Manuela Schmidt em entrevista ao Yahoo! Finanças.
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Infelizmente, o marido da publicitária morreu apenas três meses depois. Mas, a partir dessa experiência traumática e dolorosa, nasceu uma ideia. “A ajuda que recebi foi o que sustentou a situação em níveis práticos”, complementa Manuela, ao ser questionada sobre sua experiência na Europa. “Eu retornei ao Brasil. Aqui a ideia começou a tomar forma: como facilitar a formação de rede de apoio, para que se possa oferecer e pedir ajuda?”.
Foi neste ponto que ela começou a desenvolver o Happy Help, um aplicativo que permite que usuários ofereçam auxílio para as mais diversas atividades, como aulas de música e até mesmo passeio com cachorro -- tudo isso, de alguma forma, experienciado pela publicitária e empresária na Europa. Em troca, esse usuário recebe moedas dentro dessa plataforma própria da empresa e, futuramente, pode trocar por recompensas oferecidas pela Happy Help. Ou seja: ao ajudar pessoas, o usuário também sai ganhando do app.
A ideia era ter lançado em abril de 2020, após o desenvolvimento gráfico e investimento. No entanto, surgiu o coronavírus. “Veio a pandemia, questões técnicas da construção do app em si e percebi que não lançaríamos na data. Como a motivação era quase visceral, abri uma conta no Instagram e comecei a estimular e mediar as trocas, de forma mais limitada”, diz ela. “Foi um sucesso e, em novembro de 2020, finalmente lançamos o aplicativo”.
Como funciona o Happy Help
Com três meses de funcionamento, o aplicativo está disponível na Apple Store, na Play Store e, ainda, pelo website. Dessa forma, para usar a plataforma, o usuário precisa apenas se cadastrar gratuitamente na plataforma e, depois, já pode começar a oferecer seus conhecimentos e talentos, além de buscar ajuda com aquilo que necessita. Cada vez que o usuário colaborar com alguém, ele ganha Happy Coins, a moedinha interna do app, para usufruir da plataforma. Cada vez que pedir ajuda para alguém, paga com moedinhas.
“Por exemplo: eu ajudo alguém com marketing digital, recebo Happy Coins por compartilhar meu conhecimento, e uso esses Happy Coins para aprender inglês”, conta Manuela, exemplificando o funcionamento do sistema. “Já temos ofertas de ajuda em áreas muito diversas, de disponibilidade de uma conversa amigável até mentoria de carreira. São ofertas para os negócios, aprendizados, saúde e bem-estar, casa, autoimagem e muitas outras ideias incríveis. O pessoal tem sido criativo nas ofertas, e nós estimulamos isso”.
Além disso, o aplicativo já permite que o usuário crie uma Rede de Apoio próprio, podendo incluir na rede pessoas que o usuário confia, tanto amigos que já conhece quanto quem for conhecendo durante as trocas no aplicativo. Há, ainda, um chat onde usuários podem conversar e combinar os detalhes dos serviços que serão prestados, uma agenda para controlar melhor os horários e datas e um sistema todo planejado para facilitar ao máximo esse movimento colaborativo. Tudo isso para estimular um melhor uso da plataforma.
Novo uso da internet
Hoje, o Happy Help já conta com mais de 650 usuários ativos em menos de três meses no mercado. Manuela se diz otimista em ver o app em um novo movimento, talvez pós-pandemia, em que a internet pode ter espaços mais solidários e colaborativos -- de acordo com os princípios adotados por Tim Berners-Lee, o pai do chamado WWW, nos anos 1990. Afinal, de alguma forma, o Happy Help busca recuperar essa internet social.
“Todos estamos sempre aprendendo sobre o potencial, os riscos e o uso geral da internet em nossas vidas. Já que temos gastado tanto tempo em frente ao celular e do computador, porque não promovermos o bom uso desse tempo?”, questiona. “Nos últimos anos, temas como compartilhamento e economia colaborativa tem sido cada vez mais tratados. Estamos em busca de formas mais humanas de estabelecer trocas de serviços, e mais inclusivas de ter acesso, seja à saúde, educação e promoção do bem-estar. Há potencial ilimitado”.
Para o futuro da empresa, Manuela é otimista. Primeiramente, como ela diz, precisa se destacar frente ao mar de novidades. “Vivemos na era do excesso de informação, de inúmeros apps e pouco tempo e espaço no celular. Isso somado a uma plataforma que sugere uma mudança de comportamento, uma cultura de compartilhamento que ainda está sendo construída na sociedade é o resumo da origem dos nossos desafios”, diz a executiva. “Além disso, a ideia de ajudar ainda é muito vinculada à caridade, e não que caridade seja ruim, mas estamos falando de outro movimento. Estamos todos no mesmo ‘patamar’”.
Depois, o céu é o limite. “As próprias pessoas já transformaram o Happy Help. O que era para ser algo que promovia trocas de ajuda, está se transformando em um movimento cultural e de transformação - de pessoas, de negócios, de relações. Acredito também nesse amadurecimento da nossa sociedade, onde a colaboração seja regra e não exceção”, diz. “Então, vejo o Happy Help no mundo todo, porque vejo o mundo todo mais colaborativo. Imagina que incrível, você contar com pessoas para te ajudar em qualquer lugar?”.
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