Apesar da pandemia, setor de coworking dá a volta por cima

Businesspeople working in coworking office
Businesspeople working in coworking office

Foi um ano difícil para as empresas de coworking, não apenas para a WeWork. As renovações de contrato e associações caíram 40% desde março, e as consultas sobre associação caíram 70%, de acordo com uma pesquisa com 600 empresas da coworking conduzida pela Coworking Insights.

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As preocupações com a saúde tornaram os espaços flexíveis "menos atraentes" durante a pandemia, mas os espaços de coworking continuam sendo um dos investimentos imobiliários com maior potencial de 2021, de acordo com a PwC, uma rede de serviços profissionais multinacional com sede em Londres. Agora, com as esperanças trazidas pela vacina contra o coronavírus, as perspectivas para este fim de ano estão melhorando, e os proprietários de imóveis comerciais estão começando a anunciar a abertura de novos espaços de coworking.

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"Acreditamos que, nos próximos anos, a demanda por espaços flexíveis provavelmente aumentará devido às circunstâncias atuais", disse Ben Munn, diretor global de flexibilidade da JLL, uma empresa de serviços imobiliários comerciais de Chicago. A JLL prevê que as opções flexíveis representarão 30% do mercado de escritórios até 2030, em comparação aos menos de 5% atuais.

Outras empresas concordam. Em uma pesquisa com mais de 550 profissionais do setor de imóveis comerciais, 97% disseram que as grandes corporações procurariam áreas de trabalho mais personalizadas e flexíveis no futuro, e 66% acreditam que os contratos de locação flexíveis se tornarão o novo normal, de acordo com um estudo da EY, uma rede de serviços profissionais de Londres.

Quem vai abrir novos espaços

Como reflexo dessa visão otimista sobre o coworking, a JLL vai abrir um novo espaço flexível de mais de 4.600 metros quadrados no Brooklyn com a Brookfield Properties, de Nova York, ainda este ano. A Brookfield acredita que esse ambiente com foco no bem-estar, com purificadores de ar UV, estações de higienização das mãos e divisórias móveis, será atraente para os inquilinos que trabalharam em casa durante o ano todo.

"Pelo nosso ponto de vista, abril do ano que vem será certamente uma boa época [para lançar o Orchard Workspace]. Achamos que será um bom momento para voltar ao espaço de trabalho", disse Mark Kostic, vice-presidente sênior de gestão de ativos e locação da Brookfield Properties. Kostic também disse que está confiante no interesse dos inquilinos, especialmente porque a empresa recebeu tantas consultas sobre espaços para escritórios flexíveis nos últimos meses que nem foi capaz de atender a todas elas.

A Industrious, operadora de coworking também sediada em Nova York, se expandiu para 10 novas cidades durante a pandemia, de Chicago, com a Willis Tower, até Singapura. Até a WeWork continua assinando sublocações. A empresa adicionou um espaço de quase 14.500 metros quadrados no distrito Flatiron de Manhattan durante o terceiro trimestre, de acordo com Savills.

"As pessoas estão enlouquecendo em seus apartamentos e procurando um novo espaço de trabalho, um lugar para estar fora de casa. [O coworking] é a solução perfeita para muitas pessoas que estão cansadas de trabalhar em casa e precisam de um lugar para se conectar e fazer contatos com segurança", disse Ben Silver, CEO da ƎDEN, uma empresa de Nova York que abriu um espaço de coworking de quase 400 metros quadrados na cidade esta semana. A ƎDEN planeja abrir mais dois espaços: um no centro de Manhattan e outro em Fairfax County, VA, durante o terceiro e o quarto trimestres de 2021, respectivamente.

O material de escritório e as oportunidades de fazer contato não são os únicos fatores que impulsionarão a demanda pelo coworking em 2021. De acordo com especialistas, o atrativo mais importante dos espaços de coworking é a flexibilidade do contrato de aluguel. Quando as empresas começarem a voltar aos locais de trabalho depois da pandemia do coronavírus, com certeza não vão querer se comprometer com contratos de longo prazo, já que as pressões econômicas e as incertezas globais remanescentes vão continuar. Portanto, os espaços flexíveis devem superar o desempenho do setor de escritórios como um todo, que, segundo especialistas, não se recuperará até 2025.

"Em geral, ninguém está com pressa para assinar um contrato de aluguel. Quem está explorando o que vem por aí está pensando em termos de flexibilidade e capacidade de se adaptar à medida que as necessidades organizacionais evoluem", comenta Adam Segal, CEO e cofundador da Cove, uma operadora de espaços flexíveis com sede em Washington, D.C.

Sarah Paynter é repórter do Yahoo Finanças.

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