Yahoo Esportes Há 50 anos, os “perdedores perenes” do Miami Dolphins venceram o Super Bowl
A franquia de futebol americano Miami Dolphins celebra o 50º aniversário daquela que foi a “Perfect Season” (Temporada Perfeita) quando em 1972 a equipe ganhou todos os jogos além de finalizar conquistando o cobiçado Super Bowl.
Hoje os Dolphins são uma franquia respeitada e temida, mas no longínquo ano de 1972 estavam em apenas seu sétimo ano como equipe e terceiro na National Football League (NFL), e, eram vistos como “perdedores perenes” e azarões.
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Em qualquer esporte são raras as “temporadas perfeitas”, por exemplo, na Copa do Mundo de Futebol da FIFA apenas a seleção do Uruguai de 1930 e as seleções do Brasil de 1970 e 2002 alcançaram tal marca. Dentro do futebol americano nenhuma outra equipe igualou o feito dos Dolphins e dificilmente tal marca será batida.
Os Dolphins foram orquestrados pelo lendário técnico Don Shula (1930 – 2020), o qual já tinha participado duas vezes com outras equipes do Super Bowl, mas sem sucesso. A consagração veio com a vitória por 14 – 7 sobre os Washington Redskins (atual Washington Commanders) no Super Bowl VII; foi ápice da glória dos rapazes da ensolarada Miami.
A franquia dos Miami Dolphins organiza eventos desde 30 de julho deste ano para celebrar os 50 anos do feito histórico, e o lendário offensive tackle Doug Crusan, o qual teve participação ativa naquele time, concedeu entrevista exclusiva ao Yahoo Esportes para relembrar os feitos daquele esquadrão que entrou para história.
Yahoo Esportes: Em 1972, o Miami Dolphins jogou sua “temporada perfeita”. O que aquela época significa para a franquia?
Doug Crusan: Não há dúvida de que é uma fonte de orgulho para a organização Dolphins. Quando você faz algo que ninguém mais fez na história da liga, é algo especial. Como membros da equipe, estamos orgulhosos de que esse recorde só pode ser igualado, nunca quebrado. É o nosso legado.
Era a sétima temporada dos Dolphins como franquia e sua terceira na NFL e até hoje é a única “temporada perfeita” em toda história da liga. Como a sucessão de eventos levou aquele time então recente a alcançar tal glória?
Você tem que traçar nosso sucesso para três indivíduos: nosso proprietário Joe Robbie, nosso diretor de pessoal de jogadores Joe Thomas e, claro, nosso treinador Don Shula. Cada um desempenhou um papel fundamental em nossas conquistas. Primeiro, Joe Robbie foi sábio o suficiente para contratar Joe Thomas. O qual montou uma lista de qualidade que só precisava do treinador certo para fazer tudo funcionar. Então o Sr. Robbie conseguiu trazer Don Shula para o sul da Flórida. Shula nos treinou muito e duro, mas os resultados foram imediatos. Passamos de perdedores perenes ao topo da montanha.
O técnico principal era o lendário Don Shula. Quão importante ele foi para a temporada?
O treinador Shula era motivado por uma coisa: ganhar um Super Bowl. Ele esteve em dois deles antes de 1972 e perdeu ambos. Shula fez da nossa missão voltar ao jogo e vencê-lo. Esse foi o nosso foco durante todo o ano. Não pensávamos em chegar invictos, mas principalmente em ganhar o Super Bowl. A temporada regular invicta foi apenas um passo que não significaria nada se não ganhássemos o grande jogo.
O que pode ser dito sobre o time do Miami Dolphins daquele período?
Tínhamos um elenco completo e o que tornava a equipe especial era que não havia indivíduos, nós éramos realmente uma equipe. Da nossa defesa sem nome, à nossa linha ofensiva, a um par de running backsque corriam por mais de 1.000 jardas e dois quarterbacks que nos guiaram, éramos realmente um time. Acho que isso mostra ainda hoje, pois seguimos tão unidos agora quanto estávamos há 50 anos.
Como foi a jornada até concluir a “temporada perfeita”?
Certamente não entramos na temporada procurando ser perfeitos. Fomos com a missão singular de vencer o Super Bowl. A temporada invicta foi a jornada que tornou o final tão espetacular.
Em 2013, o Presidente Barack Obama recebeu na Casa Branca os membros dos Dolphins de 1972. O que aquela visita significou tanto para os jogadores quanto para os Dolphins?
Em 1972, não se tinha visitas à Casa Branca para os campeões. Foi especial depois de todos esses anos poder ser reconhecido pelo Presidente. Foi uma experiência incrível e que jamais esquecerei.
Por que é tão importante celebrar tais momentos?
É especial por algumas razões. Em primeiro lugar, porque nunca foi feito antes ou depois. É uma distinção que ninguém mais pode reivindicar. Em segundo lugar, nos dá a chance de nos reunirmos como uma equipe. Estamos espalhados por todo o país e esses reencontros nos unem novamente. Perdemos alguns membros da equipe ao longo dos anos, mas isso nos dá a chance de nos reunir e lembrar de nossos companheiros de equipe falecidos.
